Nome: Jéssica Gomes de campos
Idade: 20 anos
Cidade: sobradinho- DF
Lesão: sequela de mielomeningocele L2
Isso é uma patologia ou trauma?
E uma patologia, o motivo e a tentativa de um aborto frustrada, que ocasionou a lesão!
Qual a idade que você começou a entender essa sua patologia e quais as dificuldades que você tem que enfrentar?
Então… A partir dos meus 12 anos, quando comecei a ter acesso à internet e comecei a entender e a perguntar aos médicos sobre o que eu tinha e comecei a pesquisar sobre a minha situação. Com isso descobri que não era a única pessoa que tinha esse diagnóstico no mundo e me compreendi melhor.
Você super jovem e descobrindo um mundo desconhecido e as sua limitações. Qual foi o peso da descoberta em sua infância?
Tive que amadurecer muito cedo, tomar conta das minhas diferenças e responsabilidades que minhas limitações me impunha. Com todas essas descobertas comecei a me descobrir e isso me ajudou muito por que ate então estava lidando com o desconhecido. E o que os médicos passavam para minha família não chegava ate a mim. Tive que carecer e procurar por conta Própria o que tinha e como viver da melhor forma.
Quando passamos ou nos deparamos nesta situação à família é tudo. Quais as pessoas que sempre esteve ao seu lado e que merecer todo seu carinho?
Deus! kkkk Depois de certo tempo, quando comecei a namorar um rapaz cadeirante descobri que a minha família que nunca foi de muitos amores comigo tinha um enorme preconceito e só me aturava porque era necessário, foi ai que resolvi da um rumo na minha vida. Na primeira oportunidade todos viraram as costas para mim e me esqueceram! Tive que começar uma vida nova do zero… A única pessoa que está ao meu lado desde que era novinha e uma amiga minha de escola chamada Luana Alves, que passou comigo em todas as minhas fazes e não perdemos contato de forma alguma, mas fora isso, não trago comigo ninguém que eu possa dizer que sempre esteve ao meu lado.
Nesse tempo vêm os desejos e as vontades de ir curtir uma boa festa, namorar, viajar… Você ficou na vontade ou com um pouco mais de dificuldades tudo aconteceu?
Sempre existe um pouco de dificuldade, nunca tive problemas em me relacionar com as pessoas em um todo, sempre fui muito espontânea e tive vários colegas. Mas o fato de ser “diferente” me deixa muito receosa e insegura na hora de me sentir mais mulher e chamar atenção do sexo oposto. Só comecei a ter mais essa segurança depois que fiquei na cadeira, porque ate então andava de uma forma muito estranha e me sentia meio excluída por isso, agora não… Sou apenas uma cadeirante, e as pessoas sabem o que é uma cadeirante! rsrsrsr
Qual é a sua rotina hoje em dia?
Eu moro sozinha, trabalho no administrativo de uma escola e faculdade particular aqui no centro de Brasília, sou modelo no projeto fashion inclusivo, sou promora de mobilidade na empresa smart. Sou ritmista na atual campeã do carnaval do DF a acadêmicos da asa norte, faço aulas de dança e teatro na universidade de Brasília no projeto Pés, faço tratamento no Hospital Sarah de reabilitadão há 20 anos mais não vou lá com tanta frequência e costumo sair aos finais de semana… Ufa! Acho que é isso!rsrs
Quais as coisas que você mais gosta de fazer e quais os seus planos para o futuro?
Gosto muito de estar próxima dos meus amigos e pessoas que são importantes para mim, com eles tudo é divertido, sair, conversa ouvir uma boa musica viajar… Isso tudo me faz sentir mais viva!
Vivo cada dia de uma vez… Já tive muito projetos e planos, mas quando eles fogem daquilo que queremos acabamos nos sentido frustrados!
Mas penso e me estabilizar me profissionalizar em algum esporte e aproveitar ao máximo o que a vida e os recursos me oferecem!
Ainda tenho muita vida pra viver e muitos sonhos pra sonhar…!
O que você tem a dizer para as pessoas que enfrenta o mesmo problema que o seu?
Que a vida não para!
Estamos nessa situação é por que temos muita força para seguir em frente e muito a aprender… Nada na vida e por acaso!
É difícil pra caramba, mas com força de vontade e fé descobrimos uma força e perseverança que jamais imaginávamos que teríamos!
Temos que aproveitar os recursos que temos e parar de reclamar de tudo, e dar valor aquilo que está a nossa disposição. E nada de querer morre rsrsr, por que se force para estar morta não teríamos a oportunidade de seguir a vida e aprender tanto com ela como temos aprendido dia após dia!
Muito obrigado por compartilhar sua vida com a turma do blog Jéssica 😀