Um lado da Cidade Olimpica que ainda nao passou na TV!

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“OBSTACULOS ENCARADOS DIARIAMENTE POR MUITOS CADEIRANTES NO BRASIL!” Paulo Oliveira

13872636_1151659254909326_4665635421686979021_nVou lhes contar uma historia e peco que prestem atencao!

Maria decide ir as olimpiadas, aquela que sempre acredita que tudo vai dar certo, acreditou mais uma vez. Andou calcadas pulando degraus a cada esquina. No metro, elevador quebrado. Pegou BRT no qual nao havia fila preferencial e pediram para ela um documento que comprovasse que e mesmo deficiente para poder entrar. Ainda no mesmo teve que descer uma “rampa degrau” por ma vontade do motorista de estacionar o veiculo corretamente. Teve ainda que pegar um onibus adaptado que nao tinha onde parar e a desceu num degrau.

Foi vaiada e acusada de furar fila por entrar em fila preferencial. Foi solicitada de trocar de cadeira porque a dela representava um risco de seguranca. Ainda assim foi obrigada a ouvir que a falta de acessibilidade foi por conta de nao esperarem tanta “gente cadeirante”. Mas ela nao desistiu e chegou. Com a ajuda de inumeras pessoas que entendem que gente cadeirante vive. Foi movida com amor e compaixao. Por pessoas boas que so estao esperando para ajudar.

Chegou desesperada e com lagrimas nos olhos, mas chegou a tempo. A tempo de ter orgulho do seu pais. Porque isso ela tem muito. E lindo. Apesar do Brasil nao estar preparado para ela, tem orgulho de ser brasileira. Veste a camisa com garra, a mesma que usa para viver nesse mundo tao dificil.

Maria nao e uma classe de pessoas, nao e “gente cadeirante”, Maria e gente!!! E uma atleta. Treina todos os dias os saltos de calcadas, a corrida de obstaculos na rua, a natacao no mar de olhos a seguindo, o espirito olimpico para nao xingar ninguem e toda a forca pra vencer. Mas ela ama ser brasileira e espera que o Brasil a ame ou no minimo a enxergue. Maria existe, esta em todos os lugares e vive todas as coisas.

Nao me chamo Maria, sou Ana, mas a historia de Maria e minha. 40% da populacao e formada pessoas que vivem historias parecidas todos os dias. Eu vivi isso nas olimpiadas mas nao me arrependo. Eu quero continuar tendo orgulho de ser brasileira, apesar do pais nao ter orgulho em nos ter. Alguem tem que comecar mudando e eu vou. E triste quando voce percebe que voce nao existe pra um pais. Mas e so uma questao de tempo. Nos podemos mudar isso.

Texto/depoimento da nossa amiga: Ana Clara Bistratini Moniz

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