Entrevista com nossa amiga Raphaella Ferreira

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Hoje vamos conhecer a superação de nossa amiga Raphaella Ferreira

Normalmente começo a conversa do principio de um “fim” para muitos. Mas antes da sua lesão como era sua vida, o que você fazia para se divertir, trabalho, estudo, plano?

Então, antes eu namorava, estudava e trabalhava. Estava com planos de voltar para os Estados Unidos morar com meu pai.

Seus sonhos tiveram uma pausa por causa de uma lesão traumática ou alguma patologia?

Sim, depois do meu acidente eu desisti de tudo, não queria mais nada pra minha vida.

Qual idade que você tinha quando ocorreu o acidente? E como tudo aconteceu?

Dia 11 de outubro de 2012 foi meu aniversario estava completando 16 anos, estava numa festa e fui sai de lá as 07h00min da manhã chegando em casa um amigo me ligo e me chamou pra ir pra piscina, na hora topei, era dia das crianças mesmo aproveitei pra ficar com minha família NE, ai fomos, deu mais ou menos 02h00min da tarde começo a chuvisca e então liguei pra um amigo meu o chamei pra ir pra piscina que eu tava lá e que queria vê-ló, então o que eu me lembro foi que ele falou assim pra mim, “Rafa vai embora se não um raio vai cai na tua cabeça” lembro também que ele me pediu pra ir embora, disse que iria já, quando começo a chover pedi pra ir pra casa, só que uma amiga falou se ela poderia ir comigo e com o meu amigo disse que sim, só que o carro era uma Saveiro ‘-”-‘. Enfim agente tava voltando a 180 km/h e a saveiro era rebaixada, ela não aguentou a fazer a curva certa, ela começou a roda e meu amigo não conseguia fazer mais nada, ela virou subiu em cima da calçada e bateu no poste.

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O mundo nos guarda muitas surpresas NE! Estava você e dois amigos, aconteceu o que aconteceu com eles?

Ela quebrou o tornozelo e ele trincou a costela.

Você ficou consciente depois da batida?

Não, eu fiquei entre a vida e a morte, não me lembro de nada.

E qual foi sua primeira reação ao saber que ficaria de cadeira de rodas?

Revolta, mais minha ficha só caiu em Janeiro desse ano, ai o bicho pegou.

Eu também passei bastantes dias internado e nesses dias me passaram muitas coisas na minha mente e vi também quem era amigo. O que passou em sua cabeça nesse um ano de “negação”?

Ah, muito medo de perder meus “amigos”, de perder minha massa muscular” meu corpo”, de todos me rejeitarem por conta da cadeira, por ninguém querer ficar comigo mais, por não ter mais ninguém do meu lado compartilhando minhas conquistas essas coisas.

Praticamente você não tem nem um ano de lesão, mas vejo em suas fotos uma guria super alto astral com um sorriso contagiante. Mudou o que ou quem na sua vida depois da lesão?

Mudou tudo. Eu tinha tudo, fazia tudo que queria, ia onde queria enfim eu era livre precisava de ninguém pra nada, ai depois do acidente acabou tudo, eu preciso de ajuda pra tudo, quer dizer quase tudo, mais é ruim ainda. Os “meus amigos” sumiram todos depois de um tempo, e assim foi acabando aquele lance de amigos, eu já nem tinha mais.

Quais são seus objetivos de vida, agora que a ficha caiu?

Tenta terminar os estudos, porque é um caso difícil e ir embora do Brasil novamente.

Seu desejo de ir morar no Estado Unido é por qual motivo?

Pelo respeito à acessibilidade, pelo apoio, por tudo e pra não ficar no Brasil mais, porque morar aqui me machuca. Bom às lembranças me machucam NE, lá eu não tenho tantas lembranças.

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O que você diria para as pessoas que descobriram que tem que viver em um novo “mundo” com uma idade tão jovem, para muitos é a idade das descobertas?

Que tudo isso aconteceu porque Deus quis e nada vai ser em vão, a Fé move montanhas e cada um com a sua fazemos uma grande aventura de tudo isso, cadeira de rodas no inicio é muito difícil, eu sei, mais você vai descobrindo coisa que se estivesse andando talvez não descobrisse tão cedo, você amadurece de tal maneira e que você descobre que a vida é maravilhosa, parceiro curti a vida se tu ta aqui viva é que você ainda não cumpriu sua missão, faz por merecer porque Deus já ta fazendo valer a pena. Eu digo a vocês que uma bunda, uma cinturinha fina e peitos não vão manter ninguém ao seu lado quando você estiver na Cadeira de Rodas, dê valor em quem estar do seu lado hoje, quem ta ai nas suas lutas e vitorias, de valor aos seus pais e aos verdadeiros amigos, porque a vida não acabou irmão, apenas está começando haha e olha temos muito é que aproveitar kk temos desconto em tudo mesmo olha que maravilhoso haha nossos pais se amarram nisso. Então curti a vida, sai por ai sem rumo e deixa a vida te leva! Fé sempre e Deus em primeiro lugar!

Um arrependimento: Não ter escutado a minha avó e meu amigo.

Você mudaria o que no mundo: mudaria tudo.

O que te deixa triste: Em saber que “nós” cadeirantes não temos todo o respeito e a acessibilidade que precisamos.

O que te deixa feliz: Saber que os meus amigos verdadeiros estão do meu lado e minha família.

Você não espera que: Não espero que o mundo piore, apenas espero melhorias a todos.

Seu coração é: Meu coração é de pedra mais sempre tem aquele lado lá NE, o molinho. rs

Linda a princípio vi apenas sua beleza, hoje vejo que você é uma moleca mulher autêntica no estilo e no modo de pensar. Espero que tudo ocorra como você deseja e continue sempre assim, pois se o mundo não melhorar quem ver e sentir essa sua energia radiante que você transmite ao sorrir vai no mínimo se encantar pela vida novamente.

Uooooooooooooow *—-* ahahaha nós vei.

Gostou da nossa amiga, então deixe seu recadinho nos comentários!

16 COMENTÁRIOS

  1. Besteira achar que mudar de pais vai apagar as lembranças do trauma. Tem que mudar o psicológico, procurar ajuda pra mudar na mente.
    Buscar acessibilidade é digno mas quando o real motivo é esquecer então é em vão. Palavras dura mas no intuito de ajudar.

  2. Raphaella. eu sou cadeirante quase toda a minha vida. Gostaria muito de ter sua amizade no facebook, mas o seu face não aceita mais amigos. Se vc puder, me adicione. O meu face é Giovanni Cazula, de Belo Horizonte. Li a sua história no amigos cadeirantes e gostei. Gostaria conversar. Abraço.

  3. Nossa é bom ver essas historias de superação né, eu sei o quanto é dificil se superar, eu fique em depressão 3 apois ficar sem andar e cmg aconteceu eu ñ tinha nem 11 anos direito, mais depois da deprê conheci pessoas ótimas que se tornaram amigos e me apoiaram, força e fé sempre Deus nos da cada uma nova chance e oportunidade bjs

  4. la silla te muestra una vida mas llena solo hay que aceptarla y cumplir la mision que tenemos por el paso por esta tierra,,,,hace 4 años estoy en una silla es duroo aceptarla a la silla pero despues todo es mas clarooo porque llegar a ser la persona mas fuerte en el mundo a su vez mas humana ,,,sigamossssss luchandooooo y buscando la felicidaddd ,,,un abrazoooo

  5. Também sou cadeirante,gostei muito da sua historia de uma nova vida.
    Também meus maio medo era de ficar com as pernas finas e chorei muito,quando falaram da cadeira pra me,já casei já me sei .
    Já fiz até uma loucura em tira minha vida,mais hoje tô enfrentando tudo com outra visão ,bola pra frente que atrais vem gente…..;)

  6. oi Raphaella ferreira boa noite meu nome é Rodrigo Ferreira sou deficiente desde que nasci enfrentei dificuldade na minha infância pra estudar mas nunca desistir conseguir terminar com 26 anos hj sou vice presidente do conselho municipal da pessoa com deficiência quero te dizer uma vc poderia ser mais uma lutadora nessa guerra que travamos por respeito e acessibilidade nos EUA também teve mobilização e pessoas como eu e vc participaram que conhecem o problema falaram dele me add no fece o meu perfil é https://www.facebook.com/profile.php?id=1244986797 abraço boa noite